o que dizem os alunos

Fachada da escola.

Leandro Amaral Lopes

Sempre gostei de artes marciais, de ação! Lembro-me que na minha infância imaginava correr como o Flash, voar igual ao Super-Homem, lutar igual Van Dame, Rocky Balboa, Jet Li, Jackie Chan, personagens de Super Street Fighter e, claro, Bruce Lee. Treinava sozinho, olhava os movimentos nos filmes e Vídeo Games e os reproduzia em casa.

Em 2012, já residindo em Xique-Xique, descobri que havia um mestre em Kung Fu na cidade; foi quando conheci o Sifu Erasmo Deterra, discípulo de mestre Lo Siu Chung. Soube então, que se tratava do estilo Wing Chun Kung Fu, mostrado ao mundo – pela primeira vez - por seu praticante mais famoso, Bruce Lee. Quando soube da existência de uma escola de Wing Chun em Xique-Xique, nem pude acreditar! Reorganizei meus horários e fiz a minha matricula. Já havia tido um contato inicial com o estilo por meio de um VHS, que adquiri na infância, mas nada que pudesse chegar perto dos ensinamentos brilhantes que temos nas aulas. Lições transmitidas de forma honrosa, objetiva, atenciosa - séria ou descontraída, de acordo com o momento.

Não se trata de um estilo aplicável somente em ringues e octógonos, como o MMA. O Wing Chun é vida real. Suas técnicas são para curta distância, ou média distância, com finalização do combate em pouco tempo, utilizando ataques e defesas simultâneos, explorando ao máximo o rendimento mecânico-elástico da musculatura, esqueleto, sem uso de musculatura antagônica nos golpes, e aplicando-os nas partes mais frágeis – ou não - do adversário. 

Acredito que toda esta marcialidade é o resultado final da arte, da filosofia, dos princípios e da formação humanizada e de caráter que o estilo implica aos seus praticantes. O Wing Chun não é só um estilo marcial. Wing Chun está muito além de ‘socos e chutes’, é um meio de vida. E pode ser aplicado em quase todas as situações do cotidiano. O relaxamento da musculatura dos ombros, por exemplo - tão exigida no estilo -, pode ser aplicado na postura e dar mais elegância em um jantar formal. Portanto, se é uma briga, em um jantar formal, ou algum problema a ser resolvido, o Wing Chun pode ajudar: é simples, natural, direto e funcional.

Sifu Erasmo Deterra é um guerreiro na vida, muito observador, competente, respeitado. É também fonte de inspiração e exemplo para nós, alunos. Dentro ou fora da sala de treino. Está sempre procurando dar soluções, ou mostrando o caminho mais prático de como um problema pode ser resolvido utilizando os princípios do Wing Chun. Muito atento, ele sempre ‘está de olho’ nos alunos, mesmo quando parece não estar olhando.

As aulas são realizadas com um número pequeno de alunos. E isto é ótimo, já que podemos ter mais atenção e as correções, inclusive dos mínimos detalhes. As correções são feitas com mais frequência; as técnicas são melhoradas e não passamos muito tempo realizando movimentos errados até serem percebidos pelo mestre. No decorrer das aulas, existem momentos de desenvolvimento individual das técnicas e momentos em que elas são treinadas com um parceiro, sempre com o objetivo de um ajudar ao outro a desenvolver-se.

Em todas as aulas as técnicas são lapidadas e, de acordo com o desenvolvimento do aluno, outras são ensinadas. No final, quase sempre há um bate-papo (parada para o chá) para esclarecer dúvidas, comentar algo etc. O mestre fala da história do estilo, sobre os principais representantes da família Lo de Wing Chun Kung Fu, de como o estilo foi lhe foi transmitido, da importância de ser um aluno dedicado, respeitador, e cultivador da boa conduta, dentro ou fora de uma academia.

A cada dia que passa me surpreendo mais com o estilo Wing Chun, mantenho-me focado e ansioso pela próxima aula. O meu objetivo é treinar Wing Chun em todos os seus níveis, aplicando-o no meu cotidiano.

*Leandro Amaral Lopes - Médico generalista e da saúde da família, graduado pelo Instituto Metropolitano de Ensino Superior – MG. Empresário e praticante de Wing Chun Kung Fu. 

Aliana Carvalho

Conhecer uma arte marcial chinesa é um privilégio. Mas conhecer uma arte que, segunda a história foi criada por uma mulher - e praticá-la - é um privilégio ainda maior.

Depois de conhecer a arte do Wing Chun Kung Fu, a minha maneira de ver a vida ficou diferente. Wing Chun é sutil, e firme ao mesmo tempo; carrega na simplicidade a eficácia nos combates físicos ou probleminhas do dia-a-dia. Wing Chun não desperdiça força – usa-se somente o necessário para resolver uma questão. Sua prática é calcada pelo o princípio da economia de energia evitando-se o uso desnecessário da mesma. Em se tratando de luta, Wing Chun é aplicável em qualquer espaço físico – dentro de uma sala ou quarto pequeno, ou ainda dentro de um elevador. E isso me encanta, pois posso treiná-lo e desenvolver-me fazendo uso de espaços pequenos, como corredores ou cozinha.

No início, nossa visão como aluno é sempre voltada para o lado marcial da arte; a gente quer aprender para defender-nos, ou sair por aí mostrando que somos bons. Porém, com o passar do tempo, aliado ao amadurecimento dentro do Kung Fu Wing Chun, a nossa visão, modo de ver a arte marcial é diferente e a gente compreende que Wing Chun está além de técnicas para combate, para luta. Aí o Wing Chun passa a fazer parte da nossa vida, do nosso dia-a-dia.

Hoje, depois de três anos de prática do Wing Chun, com o sifu Erasmo Deterra, discípulo do mestre (meu sigung) Lo Siu Chung, treino e vejo no estilo algo muito além do socar e chutar: vejo vida de qualidade. O sifu nos ensina através da sua vida, do seu exemplo. Sou grata a ele pelos ensinamentos do pouco que sei. É uma experiência enriquecedora, pois além das técnicas marciais, os exercícios me ajudam no respirar correto, no posicionamento correto do corpo, no cultivo da paciência, no trabalhar da concentração e do focar; com os ensinamentos filosóficos – moralidade - aprendemos a respeitar o outro e viver um Wing Chun de família.

*Aliana Carvalho da Cruz – Assistente social, pela ULBRA.

Leidi Freitas

É muito bom treinar Wing Chun, faz bem pro corpo e pra alma, estive afastada dos treinos, mas já estou de volta. E agora com a academia concluída, a gente tem mais ânimo pra treinar.

Obrigada por ensinar-me e sempre me motivar a praticar uma arte marcial como o Wing Chun Kung Fu. Apesar da dificuldade em assimilar as técnicas, não desisto não.

*Leidi Freitas - co-editora do Pagina Revista e praticante de Wing Chun.

Rogério Carvalho

Descobrir o Wing Chun Kung Fu em Xique-Xique significou muito para mim. De início, muito inspirado pelo o desejo de lutar - como o Bruce e o Jet Li -, comecei a praticar o Wing Chun com o intuído de sair-me bem numa briga.

No entanto, com o passar dos anos e, principalmente com a prática cuidadosa sob minuciosa orientação do sifu Erasmo Deterra, fui aos poucos compreendendo que o Wing Chun ia muito além da questão marcial: encontrei no estilo uma filosofia de vida. Hoje, compreendo que, apesar de ser um estilo extremamente marcial, o Wing Chun traz em seus princípios ensinamentos capazes de proporcionar ao praticante uma vida de qualidade.

Através dos princípios de economia de tempo, espaço e movimento, dentre outros, tenho aprendido a ser objetivo, aplicado, a agir com equilíbrio - mesmo diante das situações mais corriqueiras do dia-a-dia. Superando todas as minhas expectativas, tenho feito da prática do Wing Chun uma atividade tão necessária quanto ao simples ato de comer, dormir ou tomar água.

*Rogério Martins de Carvalho. 

Vinícius Carvalho

Sou amante das artes marciais, e em especial do Kung Fu. Assistia a filmes de diferentes estilos desta arte, inúmeras vezes. Mas foi quando eu tinha 14 anos de idade que despertou em mim a vontade de praticá-la, isso após assistir às películas do Lendário Li Siu Long, mais conhecido como Bruce Lee.

Busquei mais informações através de revistas e livros, e foi aí que fiquei sabendo que ele – Bruce Lee - começou sua vida marcial praticando o estilo Wing Chun Kuen.

Após algum tempo, por intermédio de conhecidos eu soube da existência da Escola Tradicional de Arte Marcial Chinesa, aqui na cidade de Xique-Xique, fundada pelo professor Erasmo Deterra, membro da família Lo de Wing Chun Kung Fu, da linhagem Yip Man. Não hesitei, quis de imediato começar a treinar; aliás, foi mais do que apenas o ato em si de treinar, foi estar, ser. Foi o querer vivenciar esta arte tão magnífica que é o Wing Chun.

Não queria apenas a ‘marcialidade’ da arte, ou seja, combate. Eu queria tornar-me mais paciente, tranquilo, perseverante. Essas mudanças o Wing Chun Kung Fu me proporcionam cotidianamente, então eu quero estar em contato com os ensinamentos (teóricos e práticos) até o momento em que me for possível.

De maneira muito transparente o Wing Chun me faz bem fisicamente, mentalmente e espiritualmente. O Wing Chun me dá suporte de modo integral para melhor entender a vida. Eu sinto um profundo respeito para com o meu professor e seus ensinamentos.
Posso afirmar que os ensinamentos do professor Deterra são de um nível técnico espetacular, digo isso porque assim é. Até mesmo a maneira de tratar seus alunos é feita de um jeito diferenciado na hora de lecionar a arte do Wing Chun Kung Fu.

Até o momento só tive benefícios, e fico grato por ter esta arte como parte de minha formação, pela possibilidade de aprender a ser mais maleável na luta cotidiana, das agruras que surgem na minha estrada.

Assim, faço do Wing Chun Kung Fu minha filosofia de vida.

*Vinícius Carvalho.